3 de fev. de 2007

A luta continua

Vocês perceberam uma coisa interessante? O título do artigo principal do último "Moído da Semana", veiculado no Jornal da Paraíba de 21 de janeiro era "Ou vai ou racha". Na semana seguinte, a Folha de S. Paulo trouxe como manchete principal o presidente Lula declarando "ou vai ou racha", com referência ao programa de aceração do crescimento. No meu artigo, eu me referia ao governo Cássio Cunha Lima e a suas agruras, no enfrentamento, por absoluta necessidade de sobrevivência, com práticas históricas de promiscuidade nas relações público-privadas. Já Lula, tratava de dar uma enfeitada no pavão de seu plano e causar algum impacto. A verdade é que, tanto Cássio quanto Lula, em seus segundos mandatos, precisam fazer as necessárias correções de rota para compensar as bobagens que quase lhes custaram as reeleições: Lula enfrentou um impensável segundo turno e Cássio venceu uma eleição apertadíssima. Essas coisas não aconteceram por acaso. De todo jeito, fico faceiro em ver o Moído da Semana trabalhando antecipadamente conceitos tão "up-to-date", como o "ou vai ou racha" do Lula.

Essa foi boa

A "brava resistência" de Ricardo Marcelo aos "apelos" da situação para que desistisse de sua "candidatura" à presidência da Assembléia Legislativa revelou-se uma das mais inteligentes estratégias de ocupação de espaço político que eu já vi. Conseguiu neutralizar qualquer movimento da oposição, chocada com um embate absolutamente imprevisível. Se já não havia grande empenho em encarar o governador, o fator surpresa do "enfrentamento" Arthur Cunha Lima x Ricardo Marcelo concentrou todas as atenções e todas as energias. No final da história, uma bela composição praticamente 100% situacionista. Bacana.

"Marqueteiro" de Ney

Famoso personagem do patronato da mídia paraibana tem funcionado como marqueteiro informal de Ney Suassuna. Nos encontros, ambos costumam discutir as estratégias a serem adotadas pelo ex-senador paraibano. Se Ney dá as caras e agita o pedaço por aqui ou sai de circulação por uns tempos é o debate do momento. Ao que tudo indica, a tese das "férias" está ganhando. Suassuna voltaria já no moído para a eleição de 2008, com vistas a lançar-se candidato ao Senado. A moeda de barganha para ter "todos" os apoios seria a "ameaça" de concorrer à Prefeitura de Campina Grande. Pense!

Grande aquisição

A ida do jornalista Luiz Torres para O Norte é reveladora de que a turma dos Associados não está brincando em serviço. Torres é um dos melhores quadros que conheci no jornalismo paraibano. Além de escrever bem, é jovem, dinâmico, antenado e, não bastasse, tem estética de televisivo... Junta-se a um time de apaixonados, o que, muitas vezes, vale mais do que dinheiro. Como escrevi, há muitos anos, num anúncio: "O dinheiro pode não trazer felicidade, mas a felicidade fatalmente traz dinheiro"

Moído grande

A publicidade paraibana anda agitada nos bastidores. Não se trata apenas da mobilização de alguns profissionais na busca de ocupar a cadeira de Genival Ribeiro na presidência do capítulo regional da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade). É coisa de gente talentosa que quer ver o bom trabalho publicitário realizado na Paraíba ser percebido, reconhecido e respeitado nacionalmente, sem sujeitar-se ao filtro de certo "cardinalato". Para isso, pauzinhos estão sendo movimentados com muita eficiência. Aguardem, que o Moído da Semana é todo ouvidos.

Para variar


Não bastassem cordões vermelhos e amarelos, maranhistas e cassistas, pessoenses e campinenses, em batalhas árduas e históricas, eis que Dom Algo Pagotto inaugura mais uma frente de acirrada disputa na Paraíba: Igreja Católica x Igreja Universal. Logo ficaremos sabendo, pela opção da maioria dos fiéis de uma e outra, de que lado estão nesse campo de intensa politicagem. Na campanha de 2006, deu para sentir que Pagotto tinha uma certa quedinha pelo cassismo. Será que a turma do Bispo Macedo é maranhista?

Pergunta da Semana

Por que a Paraíba? (Pergunta que os paraibanos vivem me fazendo).

31 de jan. de 2007

Do leitor

Stalimir, fiquei bastante triste depois de saber que não vou mais colecionar O Moído da Semana.Indiscutivelmente, O Moído da Semana, nas páginas do Jornal da Paraíba, foi o melhor da imprensa paraibana em 2006. Foi um espaço inteligente, diferente, democrático, divertido, instigante, de uma franqueza inigualável e livre do ódio político-partidário irracional de alguns colunistas da Paraíba.É uma pena que num Estado ainda tão carente de determinação, idéias, ideais e propósitos por parte dos nossos homens públicos, O Moído da Semana, por causa de uma certa necessidade do mercado, não tenha se consolidado como uma maneira diferente de pensar e agir sobre a política paraibana.Sucesso. Felicidades.
Leandro Bráulio Campina Grande, PB

Do leitor

Stalimir
vamos continuar moendo.
abração
zenêumanne

Do leitor

Vi o seu blog e com certeza vou acompanhar todo fim de semana.
Qualquer coisa pode contar comigo.
Sucessoooooooooooooooo.

Pedro Marinho

Do leitor

É lamentável que sua coluna no Jornal da Paraíba tenha terminado. Era um espaço de liberdade e análise da vida nacional. Ainda bem que você vai se fazer presente num blog seu. Espero poder contribuir nesse novo espaço ao mesmo tempo em que espero por este novo formato de comunicação.
Abraços
Carlos Alberto Jales

29 de jan. de 2007

Para acessar o Moído de 21/1/2007

O Moído da Semana não está mais acessível pela edição eletrônica do Jornal da Paraíba.
O nome Stalimir Vieira já não consta da relação dos colunistas semanais. Mas vocês podem acessar a última edição do Moído (21/1/2007) no endereço: http://jornaldaparaiba.globo.com/stalimir.html

Da leitora

(...) quando li sua nota sobre a suposta aliança lulo-cassista para as eleições da Abap (O Moído da Semana-21/1/2007), fiquei surpresa. A informação não procede, visto que a escolha da nova chapa foi feita por consenso, onde todos colocaram a importância da composição de uma diretoria que tivesse a participação de todos os grupos para mostrar que a entidade prioriza o seu papel de representar as agências junto ao mercado.Foi abordada também a necessidade de mostrar que não caberia a Abap ser espaço para qualquer disputa política que refletisse os últimos embates eleitorais. Foi acordado por todos que seria importante a participação de agências na chapa que prestassem serviços para grupos políticos distintos, como forma de reafirmar o propósito da entidade e seu caráter plural e desvinculado de disputas políticas.Não houve qualquer tipo de veto, a qualquer agência, e ficou acertado pelos membros da Abap que a chapa será composta pela Signo, Mix e Antares ou 9idéia, ainda a definir qual das duas, visto que ambas manifestaram o desejo de colaborar. Enfim, o toque veneziano-ricardo- maranhista não só está presente como foi colocada sua importância por todos.É isso. (lamentavelmente, a leitora pede que sua identidade seja preservada).

28 de jan. de 2007

O Moído da Semana não pára

Na edição de 21 de janeiro de 2007, o Moído da Semana circulou pela última vez nas páginas do Jornal da Paraíba. Foram 41 edições, iniciadas em 9 de abril de 2006. Uma luta grande para cumprir os prazos, mas um prazer sempre renovado em oferecer aos paraibanos uma proposta diferenciada, em termos de opinião e informação. Graças a qualidade de caráter e ao talento precioso de William Medeiros a coluna se superava esteticamente a cada edição. Como me confessou o próprio companheiro de jornada "é uma coluna totalmente nova a cada semana". Trabalho redobrado para o criador gráfico/diretor de arte/diagramador William, mas, ao mesmo tempo, exercido com aquela satisfação típica dos profissionais que amam o que fazem. Vale registrar que escrevi o Moído da Semana por dez meses com absoluta liberdade, sem nenhum tipo de intervenção ou reclamação, pelo menos da parte de quem decide e olhando olho no olho. Agradeço o espaço que o Jornal da Paraíba disponibilizou para a exposição do produto para o que fui contratado. Sou também reconhecido a todos os que doaram seu tempo para responder aos "Papo com" e que, certamente, com suas participações ajudaram a fazer o brilho desse trabalho. Aos leitores que, semana após semana, escreveram, sempre com palavras de estímulo, fica também o meu mais sincero e emocionado reconhecimento. Fiz O Moído da Semana com tamanha paixão que não poderia deixá-lo desaparecer por uma simples contingência de mercado. Contingência de mercado que, aliás, vem derrubando muita gente boa. É uma pena. Lamentavelmente, na Paraíba ainda não se consolidou uma cultura de investimento em qualidade. Há que se compreender que os donos de meios de comunicação são empresários que dependem dos investimentos de outros empresários para melhorar o padrão de seus produtos. Quando o mercado não compartilha o mesmo ideal de desenvolvimento cultural, a tendência é mesmo o entusiasmo evolucionista arrefecer. Vamos torcer para que a crise seja passageira.
Mas a boa notícia é que o Moído da Semana não vai parar. Quando fiquei sabendo que o JPB já não poderia mantê-lo em suas páginas, corri para este blog, independentemente do aparecimento de possíveis outros braços que surjam para acolhê-lo nos próximos dias. Moveu-me a urgência do compromisso com meus leitores. Sejam eles quantos forem, merecem o meu respeito. Portanto, amigos, a partir de agora, contem não apenas com um Moído por semana, mas com um Moído permanentemente ligado, atualizado e de olho nos moídos diversos da política, da cultura, da economia, da mídia, da publicidade... Claro que essa primeira versão foi "criada" atendendo à urgência do momento (afinal, cheguei ontem de uma semana de férias na Ilha Grande - Angra dos Reis-RJ -, e fiquei sabendo pelo "Parem as máquinas" da Claudia Carvalho do tsunami no Jornal da Paraíba e só, depois, num telefonema, me inteirei do tamanho do estrago). Prometo, portanto, que no menor prazo possível esse "Moído da Semana" vai tentar ficar quase tão bonito quanto aquele desenhado pelo William.