18 de jul. de 2008

Alguém iria votar seja em quem for sem receber algum?


As revelações dos diálogos, obtidos pela Polícia Federal, na Operação Sufrágio, realizada na Paraíba, além de outras denúncias recorrentes de compra de votos, me deixam com a seguinte impressão: se todos os candidatos fizessem um acordo, em que fosse determinado que nenhum deles daria nenhum centavo para ninguém para comprar votos, provavelmente a eleição seria anulada por falta de quorum. Já imaginou o escândalo? "Eleição é anulada na Paraíba: ninguém foi votar." Os valores declarados nos telefonemas grampeados dão bem a medida da extensão da compra de votos, que chega às margens mais distantes dos centros de poder, onde grassa a miséria, inclusive moral, a ponto de se vender o voto por uns trocados. Negócios, empregos e esmolas, eis os interesses que movem as campanhas eleitorais e o exercício do voto. E agora? Suspende-se a distribuição de dinheiro, mesmo sob o risco da eleição ser anulada por falta de eleitores?

Quem se habilita?


Durante o IV Congresso Brasileiro de Publicidade, fui abordado por companheiros do Brasil inteiro pedindo a indicação de redatores. Aparentemente, há uma crise de redação na publicidade do Brasil. Não que esteja faltando gente desempregada que diz que redige. O que está faltando é gente capaz de sentar na frente de um teclado e extrair dele frases conexas, conceitos claros, textos sedutores... Gente com cultura suficiente para sustentar argumentos com eficácia. Gente com capacidade para concentrar-se no briefing, compreendê-lo e resolvê-lo sem perder o foco. Se você é ou conhece alguém assim, por favor, mantenha contato. Certamente tem uma cadeira diante de um teclado de computador esperando vocês, em algum lugar do Brasil.