21 de dez. de 2007

Para ser feliz em 2008. E sempre.

Para ser grande, sê inteiro,

Põe quanto és no mínimo que fazes.

Nada teu exagera ou exclui.

Assim, em cada lago, a lua toda brilha porque alta vive.

(Fernando Pessoa)

15 de dez. de 2007

Há vagas

Este amigo de vocês tem sido consultado sobre a disponibilidade de profissionais para ocupar vagas em diversos estados brasileiros. As mais recentes estão em Manaus, Ribeirão Preto (redator) e Palmas (redator e diretor de arte jr.) Interessados, manifestem-se!

12 de dez. de 2007

Eu faço a minha parte


Foi com grande alegria que esse amigo de vocês aceitou o convite para escrever um artigo para a coletânea que compõe a obra "A paz como caminho", organizada pela professora Dulce Magalhães e distribuída no mundo inteiro nos idiomas português e inglês. É um honra compor com autores da qualidade e do prestígio dos que fizeram parte do livro.



"Que possamos todos trilhar o caminho da paz para alcançar a plenitude da experiência humana." (Dulce Magalhães)

"A PAZ COMO CAMINHO"

INTRODUÇÃO
Dulce Magalhães

Parte I: Norte-Ar-Poder: Aprendendo a fazer a paz

DEMOCRATIZAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO:
Os nove tipos de paz
Cristóvam Buarque

UMA NAÇÃO PLANETÁRIA
Iradj Roberto Eghrari

BASES PARA A CULTURA DA PAZ
Leonardo Boff

EDUCAÇÃO PARA UMA CULTURA DE PAZ
Teoria e prática de vinte anos de experiência
Pierre Weil

NO CAMINHO DO ESPÍRITO
Padre Vilson Groh


Parte II: Oriente-Fogo-Visões: Aprendendo a estar em paz


A NECESSIDADE DE UMA ÉTICA PLANETÁRIA
Ervin Laszlo

A PAZ DOS MEUS SONHOS
Frei Betto

CAMINHOS PARA UMA CULTURA DA PAZ COM A NATUREZA
Maurício Andrés Ribeiro

MITOS PARA O NOVO MILÊNIO
Stanley Krippner


VENTO DO NORTE:
Cordilheira dos Andes, Sul do Chile – Janeiro de 1964.
Suryavan Solar


Parte III: Ocidente-Água-Sabedoria: Aprendendo a conviver em paz


VISÕES DA ENERGIA SEGUNDO A CIÊNCIA E O BUDISMO:
Uma breve história da energia na Física
B. Allam Wallace

O CULTIO DA PAL PELA TRANSFORMAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Cláudio Naranjo

COESISTÊNCIA EM PAZ E AMOR
Kathy Jones

SABEDORIA FEMININA PARA PROMOVER A PAZ
Mirella Faur

CUIDAR DA PAZ
Roberto Crema

OCIDENTE, ÁGUA E SABEDORIA:
Aprendendo a conviver em paz
Ubiratan D´Ambrosio


Parte IV: Sul-Terra-Amor: Aprendendo a ser a paz


A ÉTICA E A MEDITAÇÃO
Professor José Henrique Hermógenes de Andrade

A PAZ
JEAN-Yves Leloup

CRIANDO UMA VISÃO DE PAZ:
A jornada rumo ao interior do ser
Co-autoria de Sister Jayanti e Rita Cleary

O MEU IRMÃO ESTÁ CHORANDO:
Uma reflexão sobre a urgência das demandas elementares
do semelhante e nossa vontade de servir
Stalimir Vieira

O PAPEL DO SAGRADO NA FORMULAÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ
Washington Araújo.

7 de dez. de 2007

Caiu na rede é peixe. E que peixão!

Estão circulando pela internet fotos pra lá de picantes de uma moça, filha de político paraibano já falecido. Segundo as informções anexadas, a estudante de uma respeitável instituição universitária de João Pessoa teria confiado posar sensualmente para o namorado e o cabra, sabe-se lá por que razão, por conta própria ou combinado, acabou expondo a moça. Se a coisa deu-se sem o seu consentimento, deixo aqui, desde já, o meu protesto contra esse ato de traição cometido pelo cidadão nascido em outro pequeno estado nordestino. Fica um alerta para outras namoradas que, de boa fé e dando asas à vaidade, acabam vulneráveis a essas coisas, ao se permitirem fotografar em circunstâncias repletas de erotismo quando não de verdadeira pornografia.

6 de dez. de 2007

Colunista repercute Comunicar e Crescer no Recife



A terceira edição do seminário "Comunicar e Crescer", realizado no Recife, em 21 de novembro, ainda é notícia. Vejam essa simpática nota publicada pela colunista Moema Luna, na edição de hoje do Jornal do Commercio.

5 de dez. de 2007

Paraíba surpreende em avaliação de alunos


Os resultados do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, colocam o Brasil em péssima situação entre 56 países (53º lugar em matemática e 48º em leitura). Mas nem tudo são más notícias, pelo menos para a Paraíba. No desempenho por estado brasileiro, ela aparece à frente de São Paulo, em "ciências" e "leitura", e praticamente empatada com o mais rico estado da federação, em "matemática", bem longe da "zona de rebaixamento", onde estão a Bahia, o Mato Grosso e o Maranhão, entre outros.

4 de dez. de 2007

Genival merecia, no mínimo, um bom anúncio


Os publicitários paraibanos, até por, eventualmente, não gostarem dele, poderiam cometer qualquer pecado contra a memória de Genival Ribeiro, menos fazer um anúncio ruim em sua homenagem. Mas conseguiram: na tentativa de se mostrar "soltinhos", escreveram um texto que beira o desrespeito. Que tristeza. Será que a "desengonçada" propaganda paraibana não poderia ter evitado atributo tão pobre e inadequado a alguém que, pelo contrário, não tinha nada de "desengonçado", mas que era respeitado em todo Brasil por sua elegância, como ser humano? Será que os publicitários paraibanos (representados no anúncio) não poderiam ter evitado tanta "sinceridade", ao lembrar que terão "odiado" o nacionalmente admirado Genival? E mais: não poderiam ter se dado trabalho de pesquisar uma foto que retratasse o dinamismo e o pioneirismo do grande publicitário paraibano, em vez de reproduzi-lo com um semblante triste? Aliás, talvez tenha sido este o único acerto. Provavelmente, essa teria sido a expressão de Genival Ribeiro ao ler um anúncio tão infeliz

3 de dez. de 2007

E a "maldição do calote" pegou Anastácio


O PT da Paraíba, que em 2004 me proporcionou o único calote que levei na vida, acaba de elegar Luiz Couto presidente do partido, disputando contra Frei Anastácio, que tentava a reeleição. Não sei se devo ficar otimista, mas alguma coisa me diz que Couto é um sujeito mais preparado, mais consciente e mas ético. Anastácio, coitado, foi vítima de uma espécie de "maldição" (não intencional) que paira sobre os caloteiros de 2004. Não conseguiu se reeleger em 2006 e agora amarga mais essa derrota. A mesma coisa aconteceu com Adalberto Fulgêncio que, igualmente em 2006, teve uma votação ridícula. Avenzoar Arruda, a quem inclusive quero bem, também não escapou: nunca mais se elegeu nada na vida e acabou deixando o PT. Juro que eu prefereria receber a dívida em dinheiro e não em notícias ruins para os devedores.

30 de nov. de 2007

Artistas e arteiros


Foi com grande alegria que este amigo de vocês aceitou o convite do ilustre paraibano José Neumanne Pinto para a abertura da exposição "Artistas e arteiros" na Galeria Estação, quinta-feira passada, em São Paulo. A mostra reúne brinquedos de diversas épocas, criados por artistas de todo o Brasil. Entusiasta da arte popular, Neumanne escreveu em material de divulgação da exposição: "brincar, desde sempre, foi, é, a arte de tirar aventuras e prazeres do escasso, às vezes do nada; é o exercício de animar, não no sentido estreito de alegrar, mas, sim, no mais amplo, o de dar anima - alma, em latim - a objetos inanimados". Mesmo com viagem marcada para Maceió na mesma noite, fiz questão de passar por lá e ainda presentear o grande jornalista com um exemplar d'O Moído de 2002.

29 de nov. de 2007

Empresários do Recife prestigiam Comunicar e Crescer



A terceira edição do seminário Comunicar e Crescer, promovido pela Associação Brasileira das Agências de Publicidade, realizado no Recife, dia 21 de novembro, reuniu 226 pequenos e médios empreendedores na sede do Sebrae. Escolhida para receber a primeira apresentação da nova versão do evento no nordeste, a cidade correspondeu. Foram quase duas horas de exposição e mais uma de perguntas da platéia, o que reflete o alto nível de interesse despertado. Através da participação do público, foi possível identificar a presença de empreendedores de diversos ramos de atividade, revelando que marketing e publicidade vêm ganhando relevância na gestão de todos os negócios. O C&C cresce cada vez mais em Pernambuco, que além do Recife, neste ano, recebeu o seminário em Petrolina e Caruaru.

28 de nov. de 2007

Um paraibano do tamanho do mundo

Nunca fui um sujeito de grandes ambições, pelo menos no sentido de grandeza a que se convencionou avaliar as ambições. Não invejo os ricos, os famosos nem os poderosos. Mas, confesso, invejo os sonhadores e os pioneiros. Muitos deles sequer lembrados à altura de seu significado nos maiores centros, de onde são irradiadas as informações consideradas relevantes e que costumam construir prestígio. Uma dessas personalidades é Genival Ribeiro, publicitário paraibano falecido na madrugada da última terça-feira, 27 de novembro. Era um guerreiro. Não obstante ter nascido e vivido toda a sua vida na Paraíba, jamais deixou-se guiar em seu planos pelo fato de trabalhar num estado pequeno e de pouco significado econômico e mercadológico. Sempre pensou grande e não intimidou-se em aproximar-se das maiores expressões da nossa atividade e propor, de igual para igual, diversas oportunidades de negócios. Genival tinha consciência das limitações profissionais da sua terra e acreditava que apenas através de um intercâmbio profissional sério a Paraíba teria chance de desenvolver sua publicidade. E assim fez. Criou, em João Pessoa, a GR, primeira agência de publicidade da Paraíba. Ofereceu a seus clientes um padrão de serviços impensável à época não apenas na Paraíba mas em muitos outros estados brasileiros. Para isso, recorreu a criativos e produtores dos mercados mais desenvolvidos, forçando na região o desenvolvimento de critérios de qualidade respeitáveis. Fez mais: “inventou” a Paraíba aos olhos do negócio da propaganda no Brasil, ao trabalhar insistentemente na criação de um capítulo paraibano da Associação Brasileira das Agências de Publicidade. Convenceu seus raros colegas do ramo a superarem a timidez e associarem-se à entidade. Com persistência incomum, conseguiu dobrar a resistência provinciana de alguns, e angariou associados suficientes para fundar a ABAP-PB, a qual presidiu até recentemente. Nas reuniões nacionais era figura sempre festejada. Elegante, amigo e permanente entusiasta das coisas da Paraíba, motivou muitos de seus companheiros de outros estados a conhecerem sua terra. Genival Ribeiro era um dos amigos de verdade que eu tinha. Nosso relacionamento tinha quase quinze anos. Conheci diversos episódios da sua vida. Uma curiosidade: a agência de Genival foi vítima de uma espécie de “globalização nacional”, ao perder sua maior conta – Supermercados Boa Esperança –, comprado pelo Pão de Açúcar. Fenômeno que grandes agências de São Paulo conhecem muito bem. Trabalhamos em diversos projetos, em que uníamos o espírito idealista de ambos. Posso dizer, sem medo de errar, que foi graças a Genival Ribeiro que a Paraíba passou a significar alguma coisa na minha vida, além de uma pequena manifestação geográfica entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco. Hoje, é o estado onde, junto com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, tenho laços afetivos mais profundos. Prova disso é a quantidade de amigos e desafetos sinceros que consegui forjar por lá. Era agradável e proveitoso conversar com Genival. Ele tinha uma paciência infinita comigo, que sempre fui polêmico, impulsivo e, muita vezes, inconseqüente. Nessas horas de surto, o amigo Genival me deixava falando sozinho, gastando energia e ficava só olhando. Depois, numa única frase transformava tudo em força positiva e construtiva. Mas gosto de lembrar também que fiz Genival dar muita risada, divertir-se verdadeiramente com algumas manifestações da minha maluquice. Numa terra minada de ardis políticos, como a Paraíba, é muito difícil ver alguém relaxado. Por isso, era bom perceber que, pelo menos comigo, o paraibano Genival não sentia necessidade de fugir das suas melhores características por nenhum motivo justificado. Através dele, conheci as expressões políticas paraibanas mais importantes. Fiz novos amigos valiosos e ganhei adversários autênticos, como sempre ocorre em qualquer lugar em que criamos algum tipo de raiz. Devo a Genival Ribeiro incontáveis alegrias que a Paraíba me deu. Devo também a ele uma extraordinária lição de vida: nossos limites estarão sempre dentro de nós, nunca fora. Motivado por uma inquebrantável auto-confiança, Genival Ribeiro foi longe, muito longe. Viveu com intensidade, realizou desejos e conseguiu a façanha de passar pela vida credor de si mesmo.

27 de nov. de 2007

Morre Genival Ribeiro e ABAP-PB fica devendo homenagem


A nova diretoria da ABAP-PB, que tanto empenhou-se em eleger-se e que, da eleição até hoje, ainda não disse a que veio, poderia ter feito uma única coisa útil, em contraste com a mediocridade de seu mandato: homenagear, em vida, o pioneiro da publicidade paraibana, Genival Ribeiro. Mas não teve sensibilidade para isso. Lamentável. Menos mal que Genival conquistou suficientes amigos por esse Brasil inteiro e que, certamente, a partir de hoje lhe estarão prestando todas as glórias devidas a guerreiros como ele. A ABAP nacional e todos os demais capítulos se voltarão à memória desse companheiro que jamais mediu esforços para dar à pequena Paraíba um significado maior. Tanto temos consciência de seu imenso valor que insistementemente lembramos a seus sucessores no capítulo paraibano da ABAP a obrigação de prestar a Genival Ribeiro uma justa homenagem por ocasião da posse da nova diretoria. Manifestações de civilidade como essa, porém, parecem não fazer parte das práticas dessa gente. Será que é isso, enfim, o que a Paraíba merece?

23 de nov. de 2007

C&C em Petrolina supera expectativas


Cerca de 200 pessoas superlotaram o auditório do Sest-Senat, em Petrolina, para assistir, na noite de 19 de novembro, ao seminário Comunicar e Crescer, organizado pela ABAP. Recém incluida no roteiro do evento, a cidade surpreendeu por sua mobilização e pelo interesse demonstrado pela grande audiência, que permaneceu atenta durante as mais de três horas da apresentação. Ao final do seminário, foi anunciado que a ABAP-PE estará empenhada, junto à diretoria nacional da entidade, na realização, no primeiro semestre de 2008, do Comunicar e Crescer 2, em Petrolina. Já na manhã do dia 20, o C&C levou 226 pequenos e médios empreendedores ao auditório do Sebrae, no Recife, onde acompanharam a terceira versão do evento. O mesmo Comunicar e Crescer apresentado no Recife, foi levado também na noite de quarta-feira,21, a Caruaru que, mesmo sendo noite de jogo da seleção brasileira, reuniu 110 interessados no auditório da ACIC. Pernambuco está de parabéns.

14 de nov. de 2007

C&C cresce em Pernambuco e murcha na Paraíba


A terceira edição do seminário Comunicar & Crescer, promovido pela Associação Brasileira das Agências de Publicidade com o bjetivo de incentivar pequenos e médios empreendedores a anunciar, incluirá mais uma cidade do estado de Pernambuco, já contemplado nas duas primeiras versões com apresentações no Recife e em Caruaru. Agora é Petrolina que passa fazer parte da rota nacional do C&C. Ponto para a ABAP-PE, brilhantemente conduzida por seu presidente Queiroz Filho (foto). A agenda tem início na segunda-feira, 19 de novembro, exatamente em Petrolina, seguindo-se em Recife no dia 20 e em Caruaru no dia 21. Já na Paraíba, ocorre exatamente o inverso: os eventos programados para 22 em Campina Grande e 23 em João Pessoa foram cancelados.

7 de nov. de 2007

E o troféu vai para...


Depois do projeto-de-lei apresentado por Luiz Couto na Câmara Federal (ver nota abaixo), eis que a fértil imaginação dos políticos paraibanos brinda-nos com mais uma proposta impagável: folga para os funcionários públicos nas sextas à tarde e nas segundas pela manhã. Diante de tamanho disparate, convido os nobres leitores para eleger aquele que será agraciado com o troféu "Jirico de ouro 2007": Luiz Couto por sua idéia de impedir que agências que fizeram campanhas políticas concorram em licitações públicas ou Biu Fernandes pela sugestão de que os barnabés fiquem coçando em casa na tarde do último e na manhã do primeiro dia útil da semana?

16 de out. de 2007

Inimigo na trincheira


Pobres dos marqueteiros do PT. Além de estar sempre sujeitos a um belo calote, como foi o meu caso em 2004, na campanha de Avenzoar Arruda para prefeito, ainda têm de conviver com idéias de jerico para projetos-de-lei, como essa apresentada por Luís Couto à Câmara Federal: "Impede agências de publicidade de participar em licitação do governo para cujo titular tenham trabalhado nas respectiva campanha eleitoral. (PL-950/07)" Pois é, se a idéia de Couto vingar, além de não receber o dinheiro da campanha, os marqueteiros do PT ainda estariam privados de concorrer às contas públicas de uma, ainda que muita improvável, admnistração petista na Paraíba. Por sorte, a Comissão da Câmara Federal rejeitou a proposta.

28 de set. de 2007

Avenzoar Arruda no PDT? Chiquinha já foi.

Acontece uma nova fragmentação do PT da Paraíba e mesmo assim não há espaço para Avenzoar Arruda. Luiz Couto e Frei Anastácio que, em 2004, tiveram uma participação morna na campanha do petista à prefeitura, estão mais separados do que nunca, mas com uma visão comum: Avenzoar Arruda não lhes serve para nada. Sobra Júlio Rafael, com quem Arruda nunca se entendeu. Ou seja, se Avenzoar quiser alguma coisa para si no ano que vem vai ter que cantar n'outra freguesia. Talvez o PDT. Chiquinha Barbosa, ex-delegada regional do trabalho, cargo que herdou de Avenzoar, e ex-operadora de sua campanha em 2004, deixou o PT e assinou ficha no PDT, com direito à presença do secretário nacional do partido. A porta está aberta.

16 de set. de 2007

Mas que fixação!


Primeiro foi Tasso Jereisatti chamando Almeida Lima de "boneca". Depois, veio Gerson Camata e chamou os senadores abstinentes no "caso Renan" de "gays cívicos". Interessante essa obsessão dos nossos senadores por referências ao homossexualismo quando querem ofender-se uns aos outros. Nada mais politicamente incorreto. Jereissatti disse "calma, boneca" ao senador sergipano por entender que a reação irada, quase histérica, que este vinha apresentando, era típica dos gays. Se isso não for preconceito já não sei o que é preconceito. Já o senador capixaba chama de "gay cívico" aquele que não votou nem pela cassação nem pela absolvição de Renan, ficou encima do muro, indefinido. Ou seja, para Camata "gay" é indefinido. E agora? Será que alguém que se define como gay está se definindo como indefinido?

13 de set. de 2007

Solução cangaceira



O conjunto de secretices, proibições, impedimentos e truculências que caracterizou a votação do “caso Renan” me fez lembrar a votação das “diretas”, lembram? Quando a ditadura proibiu o acompanhamento da seção que votaria as “diretas” pela mídia e o glorioso congresso brasileiro manteve as eleições indiretas, inclusive com o voto do Zé Sarney? O Sarney continua lá e o congresso continua muito parecido com aquele. Seguindo o típico modelito cangaceiro, a primeira providência de Renan Calheiros foi convocar todo o aparato da segurança do Congresso para fazer valer pela força a proteção ao voto envergonhado que manteve seu mandato. A violência de seu leões de chácara contra os deputados que queriam ingressar no plenário mostrou que não existe diferença entre ditadura militar e ditadura cangaceira. Os milicos eram execrados pela civilização democrática mas se lixavam para a opinião da intelectualidade internacional, uma vez que estavam garantidos pela proteção do poderio anticomunista norte-americano. Renan Calheiros também sabe que é execrado pela civilização brasileira mas se lixa para a opinião do Brasil decente, uma vez que tem a proteção dos interesses da turma do Lula e do PT. Queiramos ou não, Lula é poder e é do PT. Ou seja, o PT é poder. A catarinense Ideli Salvatti tem isso muito claro e sabe que se não brigar pelo poder do PT ela perde seu significado como expressão política, impensável em outras circunstâncias. Estará muito iludido, portanto, aquele que acredita que as broncas que o Lula dá no PT e as alianças por interesse que o Lula faz com Deus e o mundo, a ponto de causar ciumeira em seu partido, serão motivo para o petistas abrirem mão de suas boquinhas ricas e romperem com a causa maior do partido, muito parecida, aliás, com a dos milicos: se manter no poder o quanto der. A abstenção de Aloísio Mercadante foi emblemática: ela significa que a sem-vergonhice institucional do PT é mais forte que a honestidade individual de seus membros. É simples: ao perder de lavada a eleição para a prefeitura de São Paulo para José Serra Mercadante sacou que não tem vôo próprio. Ou seja, seu destino está desgraçadamente atrelado ao destino do PT. Para bem ou para o mal. Mercadante, portanto, não tinha saída. Teve que fazer o jogo de Renan Calheiros. A verdade é que, enquanto Lula for presidente e sustentar os altos índices de popularidade que mantém entre o povo mais pobre, obedecer ao presidente vai ser o único caminho do PT se segurar nas pernas. Fora disso, é o mensalão. E assim o PT continua sendo uma carona e tanto para manter empregos, mandatos e força para adiar as penas por formação de quadrilha. Prova disso é o fato de José Genoíno, professor Luizinho e outros mensaleiros terem passado impunemente pelas urnas. O partido do presidente da república, queiramos ou não, significa muita coisa quando o povo está comendo o que não comia. Nada impede, porém, que sapateemos de raiva, é o tal do júris esperneandis. Jânio de Freitas, colunista da Folha de S. Paulo ilustrou com magnitude a situação: disse, com todas as letras, que “Renan Calheiros é o homem certo no lugar certo”. Perfeito. Ninguém representa melhor o Congresso Nacional do que Renan Calheiros. Da mesma forma que, provavelmente, ninguém representa melhor o povo brasileiro do que Luiz Inácio Lula da Silva. O caso Renan Calheiros poderia ter sido uma bela oportunidade de demonstrar certa contradição nessa representatividade, que Lula não tem nada a ver com Renan. Mas no aperreio da circunstância, Lula e o PT provaram que não é bem assim, que dá, sim, para juntar cangaceiros e cabras lascados no mesmo barco, que dá para juntar coronéis e caboclos na mesma panela, que dá para juntar Lula e Renan no mesmo conluio. Lula e os petistas apesar de terem tomado uma decisão arriscada também não são idiotas e contam com uma variável determinante: povo com a boca ocupada mastigando não tem tempo para protestar contra questões tão subjetivas como “quebra de decoro parlamentar”. Foi em suas bases que a abstenção petista se deu conta de que o problema estava circunscrito à exploração política de certa “imprensa burguesa”. Para o povo, Renan estava encrencado porque chifrou a mulher e a amante quer dinheiro. Na periferia isso se resolve com umas cachaças e umas porradas. No cangaço também.

12 de set. de 2007

Ricardo não precisava dessa

Ricardo Coutinho, a gente goste ou não do seu estilo de administrar, tem uma qualidade admirável: assume e realiza aquilo em que acredita como sendo o melhor para a população e enfrenta as críticas de maneira corajosa. Foi assim que conquistou a admiração dos pessoenses, dos paraibanos e de muitos brasileiros. A minha admiração, inclusive. Mas hoje fiquei desapontado ao ler que Ricardo foi agraciado com um desses "prêmios" pra lá de manjados, organizados por "institutos" com interesses comerciais bem conhecidos. Ricardo Coutinho, no caso, foi "escolhido" o melhor prefeito do nordeste. Acredito que até seja, senão o melhor, um dos melhores. O que, contraditoriamente, coloca o título em cheque é a "qualidade" do "prêmio". Basta ver quem já ganhou antes.

6 de set. de 2007

Enfrentando as feras

Na quinta-feira, 30 de agosto, este amigo de vocês participou na Câmara Federal, como representante da ABAP, da audiência pública que discutiu o projeto de lei 5921/2001 do deputado federal Luiz Carlos Hauly, que propõe a proibição da publicidade dirigida às crianças. Junto com Gilberto Leifert, presidente do Conar, defendemos a liberdade de comunicação comercial, dentro das restrições estabelecidas no Código de Auto-Regulantação Publicitária. O código, aliás, é um dos mais severos do mundo quando se trata de anunciar produtos infantis. Portanto, bandeiras que sugerem censura não acrescentam nada de positivo e, ainda, insuflam o autoritarismo. O fato, meus amigos, é que por trás de todo projeto de lei é provável que haja um marqueteiro soprando idéias na cabeça de um político: vá por aqui, chefe, que isso rende e dá midia...

3 de set. de 2007

O grito das bonecas


O mundo gay está em polvorosa. Tudo porque, numa discussão no Senado, Tasso Jereissatti digiriu-se a um exaltado Almeida Lima com ironia, utilizando um tratamento reservado, em tese, ao mundinho gls: "boneca". Que fofo! O curioso da história é que Almeida Lima, que mostrou-se ofendido com a "acusação", ganhou a solidariedade dos gays. Não estou entendendo: se alguém me chamar de "boneca" e eu me ofender estarei sendo politicamente correto? O correto não seria responder alguma coisa como: "O nobre senador Jereissatti tenta ofender-me, ao me chamar de 'boneca', demonstrando o seu preconceito e o seu desprezo pelos homossexuais. Pois saiba, senador, da minha parte, embora não seja homossexual, aceito de bom grado o título, pois que ele caracteriza uma parcela importante da sociedade brasileira que merece todo o meu respeito." Aí, sim, me parece que mereceria o apoio dos gays. Desculpem, mas no momento em que se mostra ofendido por ser chamado de "boneca" estará sendo tão preconceituoso quanto Jereissatti. Portanto, não se deixem guiar pelo impulso da raiva que leva ao equívoco. Os dois são machistas e preconceituosos.

Correndo atrás do rabo

Tenho a impressão de que se a Justiça resolvesse trazer à tona todas as encrencas envolvendo os homens públicos da Paraíba não sobraria ninguém para apagar a luz do Castro Pinto. É incrível. Primeiro, começamos a assistir a agonia de Cássio Cunha Lima, cassado pela TRE por 5 x 0, e agora adiando o quando pode sua cassação, em Brasília. Depois passamos a assistir a agonia daquele que, segundo Cássio, seria o responsável por sua agonia: Roberto Cavalcanti, proprietário do Sistema Correio e suplente de José Maranhão. Cavalcanti ocuparia a cadeira de senador caso Cássio seja cassado e Maranhão venha a assumir o governo. Tudo assim, encadeadinho, não fosse a novidade de que Cavalcanti também estaria encrencado com a Justiça. Lembro que durante a campanha de 2002 fui desencorajado a perseguir certas denúncias com grande potencial de estrago político envolvendo adversários nossos. Motivo: na Paraíba você sai de casa investigando pela porta da frente e acaba em casa de novo pela porta dos fundos.

24 de ago. de 2007

A Paraíba de hoje vive sob a égide malvada do egoísmo.

Salomão Gadelha

Todas as virtudes foram perdidas por quem jamais poderia deixar de tê-las. E o foram em nome tão somente do egoísmo; do desejo desmedido de ter o poder apenas pelo poder, sem aferição de métodos, sem respeito aos princípios democráticos, com desprezo ao senso crítico das pessoas,
e seguindo rigoroso e desenfreado processo de intimidação. "Está com medo? Não, estou com Pedro"! Bradou a Paraíba insubmissa de 1960. E agora vai se curvar ao medo? Medo de quem? Dos medíocres? Dos fracos? Dos pobres de espírito? Dos pusilânimes? Dos que buscam desmoralizar e subjugar instituições antes admiradas e respeitáveis? Óbvio que não. A coragem vai continuar predominando, enquanto o mal vai se dissipando, se esgarçando, se destruindo em suas próprias mazelas. A coragem vai vencendo, porque é a vontade de Deus.Quando ao homem foi atribuído o livre-arbítrio, por certo que o Criador ficou torcendo para que criatura seguisse o caminho do bem, da coragem; e renegasse a tortuosa vereda da maldade e da covardia. Se bem observarmos, toda pessoa má é covarde; e toda pessoa covarde é má. O que se deseja e se pede com ardorosa fé e fundada esperança é que a tempestade do egoísmo passe logo; vindo, em seguida, a bonança da solidariedade, do amor, do zelo para com o povo, do entusiasmo, da confiança e da determinação de fazer a Paraíba romper a barreira da estagnação, superar todos os obstáculos e tornar-se um estado federado rico de espírito e de progresso e prosperidade material, e que tenha de volta o respeito da nacionalidade. Afinal, a Paraíba de Vidal de Negreiros, Napoleão Laureano, Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, Argemiro de Figueiredo, Ruy Carneiro, Humberto Lucena, Samuel Duarte, Oswaldo Trigueiro, Ernani Sátyro, João Agripino, Flávio Ribeiro Coutinho, Abelardo Jurema, Assis Chateaubriand, Mário Moacir Porto, Flósculo da Nóbrega, José Fernandes de Lima, Osmar de Aquino, Epitácio Pessoa; a Paraíba dos Zés (Lins do Rego e Américo de Almeida) não combina em nada com a Paraíba de hoje.

21 de ago. de 2007

Greve justa ou chantagem assassina?

O que eu devo pensar de um médico que cruza os braços consciente de que seu gesto pode levar pessoas à morte? É um profissional que ultrapassou seu limite de tolerância com o desrespeito por seus direitos? Ou será um sujeito suficientemente frio e insensível para calcular a força da sua atitude como pressão para ver atendida suas reivindicações? Seja como for, me parece absurdo que alguém que detenha conhecimento científico suficiente para salvar uma vida deixe de fazê-lo por vontade própria. Não me parece que abandonar as pessoas às suas chagas, dores, prantos, infecções e riscos de vida seja uma política reinvidicatória própria a um profissional da saúde. Creio que não se trata apenas de indisciplina funcional merecedora de punição burocrática; o caso aqui é de desabilitação ao exercício da medicina por indignidade. Aquele que deixa morrer podendo salvar não é menos assassino do que aquele que mata.

20 de ago. de 2007

Um paraibano confiável


No mundinho de gente dissimulada, ardilosa e perversa que caracteriza a política paraibana havia um sujeito que destoava, que impressionava pela cultura, pela correção e pelo caráter: Gervásio Maia. Não por acaso brilhou profissionalmente por onde andou, nos centros mais desenvolvidos do Brasil. Mas fumava, fumava como jamais vi alguém fumar. Uma pena que não tenha tido pela própria saúde o mesmo amor que dedicou ao trabalho. Vai fazer falta, muita falta.

8 de ago. de 2007

Não joga nada e quer massagem?

Quando o governador Cássio Cunha Lima pediu para a CBF escalar o Estado como sede de jogos da Copa do Mundo no Brasil aquilo me pareceu apenas cumprimento de uma obrigação de político com seus eleitores. Jamais me passou pela cabeça que o pedido fosse atendido. Pelo amor de Deus! Só mesmo que vive no mundo da Lua ou acredita em história da carochinha para ter alimentado alguma esperança de que a Copa fosse disputada em João Pessoa ou Campina Grande! Primeiro, qual é a tradição do futebol paraibano? Segundo, qual é a força econômica do mercado paraibano para justificar um investimento dessa monta? Terceiro, onde jogariam as seleções: no Ronaldão, no Almeidão, no Amigão, no Marizão? Tenham paciência. E a logística, minha gente? Uma viagem a João Pessoa custa, no mínimo, inacreditáveis 5 horas de vôo. E aquela maloca do Castro Pinto, quem garante que vai virar alguma coisa que possa ser chamada de aeroporto até a Copa? Eu adoro a Paraíba, mas fico pasmo com a falta de noção de realidade que vez por outra reina por lá.

2 de ago. de 2007

A Paraíba e o burro em pé.

Quando eu era criança havia um jogo que consistia em a gente colocar em pé duas cartas de baralho, uma sustentada na outra; depois, cada um dos jogadores ia sobrepondo novas cartas sobre as primeiras, com todo o cuidado para não derrubar a armação. Quem derrubasse perdia. A lembrança desse jogo da minha infância – o burro em pé - me veio à mente quando eu soube da cassação de Cássio Cunha Lima pelo TRE-PB.
A verdade, meus amigos, é que a política paraibana é uma sucessão de safadezas tão antiga e tão pesada que, um dia, fosse quem fosse o político no poder, a casa ia cair sob o peso de tanta safadeza. Bastaria apenas mais uma safadezazinha de nada para tudo desandar. Calhou de cair na cabeça de Cássio. Mas é pura coincidência. Ele apenas estava no lugar errado na hora errada e não colocou a carta no “burro” com cuidado suficiente.

Pense num eleitor mala!

A diferença de votos na vitória de Cássio Cunha Lima sobre José Maranhão terá sido de pouco mais de 50.000 votos. Os cheques do FAC distribuídos foram 35.000. A relativa aproximação entre estes dois números colaborou para o entendimento dos juízes do TRE de que a distribuição de dinheiro por parte do governo interferiu no resultado da eleição. O que revela que os juízes paraibanos conhecem muito bem o que move uma parcela determinante do eleitorado da Paraíba: a venda do voto, pura e simples. A cassação de Cássio Cunha Lima não deixa, portanto, de ser também a cassação desses votos. A única diferença é que o eleitor “cassado” ficou com o dinheiro e o candidato “cassado” perdeu o mandato.

Eu daria uma lida n’O Moído de 2002


Quem ainda não leu “O Moído de 2002 – Bastidores da campanha eleitoral que rachou a Paraíba” deveria aproveitar o momento e dar uma lida. A história narrada ali por esse amigo de vocês nunca esteve tão atual e seus personagens tão presentes. Os interessados podem me escrever e encomendar um exemplar: stalimir@stalimir.com.br

Anderson Pires renuncia e entrega ABAP à Mix


Eleito, há cerca de dois meses, como cabeça de uma chapa que se pretendia renovadora para a gestão do capítulo Paraíba da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, o dono da Signo já pulou fora da entidade. Não só abandonou o cargo de presidente como desfiliou sua agência. Rumores indicam que Pires, na verdade, jamais cogitou permanecer no cargo e que serviu apenas aos interesses da Mix, agência oficial do governo Cássio Cunha Lima: o nome de Jurandir Miranda, imediato de Anderson Pires na chapa, não teria a simpatia do mercado numa candidatura à presidência. Com a renúncia do presidente, Miranda assume. Há também uma outra versão: Pires terá tirado o time receoso da superexposição do cargo num momento complicado para os fornecedores da Infraero que estão sob a lupa do Tribunal de Contas da União.

Interino deve ter vida curta na presidência

A manobra para a Mix assumir a ABAP-PB pode ser um tiro pela culatra. O regulamento da ABAP estabelece que no caso de renúncia, afastamento ou falecimento do presidente eleito, caberá ao sucessor interino a convocação de novas eleições no prazo de sessenta dias. No próximo dia 16, a diretoria executiva nacional da ABAP reúne-se em João Pessoa com os membros remanescentes da diretoria eleita para tratar do assunto.

Comunicar e Crescer encerra segunda etapa


Com público recorde de quase 19.000 participantes – 80% acima da primeira versão -, o Comunicar e Crescer 2, programa de seminários da ABAP nacional voltado para pequenos e médios empreendedores, faz no próximo dia 28, em Araçatuba, São Paulo, sua 47ª e última apresentação. Terão sido contempladas, então, 44 cidades brasileiras e 3 no exterior (Maputo – Moçambique -, Luanda – Angola – e Praia – Cabo Verde). A cartilha Comunicar e Crescer, parte integrante do seminário, e oferecida aos participantes através do site da ABAP teve 45.000 downloads em um ano, o que significa uma cartilha baixada, aproximadamente, a cada dez minutos.

"Cansei": fracassa o grito dos grã-finos

Bem que a “elite branca paulista” – conceito ressuscitado oportunamente pelo ex-governador Cláudio Lembo – tentou repetir uma espécie de “9 de julho light”. Mas a coisa fez água. O movimento “Cansei”, criado pelo jornalista e empresário João Dória Júnior e encampado por algumas lideranças tucanas, pretendia ser a grande voz nacional a dar um basta naquilo que entendem como uma espécie de “desgoverno” Lula. Murchou. Os motivos vão desde uma descarada partidarização do discurso até a falta de uma personalidade “acima do bem e do mal” para dar-lhe algum crédito. Virou um protesto de grã-finos, que só fez deixar a bola quicando na área para o Lula declarar, na sua habitual sem-cerimônia inconseqüente: “querem brincar de democracia? Então, vamos ver quem coloca mais gente nas ruas”.

Para ler e moer


“A Independência e a República, que em quase toda a América deram lugar a um profundo esforço nacional por elevar o nível cultural da população, capacitando-a para o exercício da cidadania, não ensejaram um esforço equivalente no Brasil (...) Não ensejando uma renovação de liderança, mas simples alternância no mesmo grupo patricial oligárquico, se perpetua também a velha ordenação social.” (Darcy Ribeiro em “O povo brasileiro” – Companhia das Letras).

29 de jul. de 2007

Enfim, a solução para a transposição...

PT da Paraiba aprova resolução em favor da Transposição do São Francisco

Os 120 filiados do Partido dos Trabalhadores presentes como delegados no Congresso Estadual, que acontece neste fim de semana no Hotel Xênius, aprovaram, por unanimidade, proposta da Tese Construindo um Novo Brasil e dos deputados Rodrigo Soares, Luiz Couto e Jeová Campos, a resolução que dar total apoio ao PAC e à Transposição do São Francisco.

(Nota publicada no portal WSCOM)

Coração sangrando e boca sorrindo

199 morreram no acidente da TAM



Na posse de Nelson Jobim, Lula, Waldir Pires e Juiniti Saito
morreram de rir




Quinta-feira, dia 26, fiz meu primeiro vôo depois do acidente da TAM em Congonhas. Embarquei pontualmente num turboélice ATR 42 da Pantanal para Presidente Prudente. Foi interessante embarcar num avião a hélices num aeroporto quase vazio. Me senti nos ano s 50. Bom, mas o que eu queria contar aqui foi o que senti ao comprar O Globo. Na capa, na notícia sobre a posse de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, a partir do presidente Lula, todos os personagens sorriam, muito divertidos. Desculpem mas eu não estou mais em idade nem com paciência para ficar tapando o sol com peneira. A verdade, meus amigos, é que a risada do Lula me fez refletir sobre se seu coração “sangra” de fato, diante de um típico drama pequeno burguês como a queda de um avião. Ele, que vive se ufanando de ter vindo de Garanhuns trepado na carroceria de um caminhão, estará mesmo com o “coração sangrando” pela morte das cerca de duzentas pessoas na tragédia com o avião da TAM ou o conceito sentimentalóide que pautou sua fala sobre o caso terá sido apenas mais uma “contribuição” de marqueteiro, como o Fome Zero e o PAC? A meu modo de ver, o Lula me pareceu muito mais presente, verdadeiro, autêntico, na risada, nas piadinhas e nos comentários de mau gosto sobre o medo de avião. O discurso sobre medo de avião nada tem a ver com as pessoas que perderam seus amigos e parentes no vôo; o discurso foi dirigido, como sempre faz Lula, para o povão do programa bolsa-família, que só conhece avião por fotografia. Gente que, igualzinha ao Lula no comentário, também morre de medo de avião. Só nós mesmos, de classe média para cima, é que ficamos chocados com as referências do presidente sobre entregar a alma a Deus ao embarcar num avião. Ele não está falando conosco. Ele está reduzindo o acontecimento a uma evidência, a uma grande probabilidade, a uma confirmação dos receios das pessoas mais simples e mais ignorantes - sua massa de eleitores - sobre o mistério de voar. E, com isso, desviando o foco da discussão, pelo menos ao nível desse povo, das questões relativas à incompetência gerencial da aviação brasileira. É isso e apenas isso o que interessa a Lula: não sacrificar sob nenhuma justificativa seu patrimônio eleitoral e dane-se a burguesia! Para tanto, ele é capaz de emitir comentários esdrúxulos, inconvenientes e reveladores de uma insensibilidade patética à dor alheia. Quanto aos outros sorridentes nas fotos da reportagem - o próprio Jobim, inclusive, que se deu ao direito a uma espécie de piada (“aceitei o convite porque minha mulher me disse para aceitar”) -, são todos produtos da ilha da fantasia chamada Brasília, aonde os problemas brasileiros só chegam como abacaxis e aborrecimentos incompatíveis com a qualidade de vida pessoal e funcional que seus cargos potencialmente proporcionam. Por que, por exemplo, deixaria de sorrir, quase gargalhar, o ministro da aeronáutica, Juniti Saito? O que é uma risada no meio da solenidade de demissão de um ministro por incompetência e da posse emergencial de outro durante uma crise que deixou duzentos mortos e centenas de famílias enlutadas, para quem condecorou a turminha da Anac três dias depois do desastre? Quem é capaz disso acha graça até de fratura exposta. Por que deixaria de rir, também, Waldir Pires? Anestesiado e imobilizado por um processo regular e longo de auto-destruição moral, por que não permitir-se, enfim, ativar alguns poucos músculos da face para uma expressão derradeira e simbólica de seu descompasso existencial? Enfim, é muito fácil rir em Brasília, espécie de casa grande no meio dessa grande senzala chamada Brasil. Como ocorria nas casas grandes, onde viviam os senhores e as senhoras de escravos, ali se tricota, se dá risada, se fuma charutos, se faz gestos obscenos dirigidos aos “de fora”, estudam-se frases de efeito para enganar os outros, vive-se o melhor dos faz-de-contas... Aos familiares dos mortos da TAM resta aguardar a garimpagem dos restos dos seus no meio dos escombros e, quando solicitados, dar um pouco de sangue para a identificação de algum laço genético com pedaços de carne carbonizada. Acho que Lula, Jobim, Pires e Saito nunca tiveram que doar sangue para tentar identificar algum laço genético com pedaços de carne carbonizada. Há quem diga que depois dessa experiência você não consegue mais sorrir.

9 de abr. de 2007

Abre o olho, ABAP Paraíba!


Anderson Pires e sua agência Signo são notícia de meia página na Folha de S. Paulo de 9 de abril. Nada de dignificante, no entanto. A matéria trata do questionamento do TCU sobre a licitação e a distribuição das verbas da Infraero. Como se sabe, a Signo ganhou a conta da estatal no tempo em que o "China" e o Delúbio Soares ainda apitavam no governo. Venceu das concorrentes mais próximas - Artplan e Newcomm - no quesito "criação". O curioso é que Anderson Pires informou na sua proposta que este amigo de vocês era o diretor de criação da agência, razão porque está sendo processado por mim. Agora esse cidadão, digamos, potencialmente encrencado, anda, segundo me dizem, querendo assumir a presidência da ABAP Paraíba. Será ele quem melhor representa o que é a propaganda paraibana? Quem sabe...

5 de abr. de 2007

Comunicar & Crescer internacional












Angolanos lotam auditório para assistir ao "C&C".

Dia 23 de março, o auditório do Centro de Formação de Jornalistas, em Luanda, capital de Angola, sediou mais uma edição internacional do seminário "Comunicar & Crescer", promovido pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade. A primeira incursão do "Comunicar" em países africanos de língua portuguesa ocorreu em 2006, em Maputo, capital de Moçambique. A próxima será dia 4 de maio, em Cabo Verde.

4 de abr. de 2007

Mr. Rabbit





Ney Suassuna voltou ao Senado na semana passada. Não como senador, já que não foi reeleito em 2006, mas como coelhinho da páscoa. Carregado de ovinhos de chocolate, fez a alegria das secretárias e assessoras da casa. Com isso, certamente, além de manter os quilinhos em excesso das moçoilas, garantiu, digamos, uma rede de simpatia e boa vontade com seus pleitos.

Comunicar & Crescer em São Luís


Auditório do Sebrae lotado, muito entusiasmo e interesse marcaram a passagem da segunda edição do Comunicar & Crescer por São Luís. Mais uma demonstração incontestável do acerto da Associação Brasileira de Agências de Publicidade em promover uma série de seminários de marketing e publicidade dedicados ao pequeno e médio empreendedor.

28 de mar. de 2007

É disso que o povo gosta?


No ano passado, em conversa com profissionais de comunicação moçambicanos, em Maputo, fiquei sabendo que, certa ocasião, houve um pedido das autoridades do país à Rede Record para que filtrasse a programação que emitia para Moçambique, evitando reportagens e imagens que exaltassem a criminalidade e a violência. Embora muito pobres e também vitimas dos mesmos males que afligem os brasileiros, os moçambicanos ficavam chocados com o tratamento sensacionalista que a televisão brasileira dava aos eventos. Entendiam que essa exposição escandalosa e detalhada da criminalidade funcionava como uma espécie de estímulo e instrução aos jovens e, por isso, não fazia sentido e tinha que ser evitada. Para eles, a violência deveria ser assunto restrito às autoridades encarregadas de reprimi-la e não “produto” para ser vendido como mídia de massa. E o que, enfim, deveria interessar ao cidadão comum seriam as estatísticas relativas ao assunto e as providências e recomendações das autoridades. Ou seja, tratar a questão com gravidade e responsabilidade. Essa atitude me surpreendeu, pensando que vinha de um pais de terceiro mundo, em que a população, em sua imensa maioria, vive em favelas sem a mínima infra-estrutura. Deve ter surpreendido também a direção da rede de televisão que, provavelmente, diante de um pais miserável, apostava no sucesso da exibição escrachada das mazelas sociais, temperadas com muito sangue. No Brasil, o raciocínio não é muito diferente: quanto mais nos afastamos dos grandes centros, menos refreamos a apelação às imagens chocantes de sangue como instrumento de captação de audiência. Somos estimulados por números alentadores. É verdade que a grande maioria das pessoas é atraída por esse tipo de programação, engordando os índices de audiência. Como, diga-se de passagem, essas mesmas pessoas, em sua quantidade e qualidade, também são atraídas pelo padrão de mediocridade comportamental de um Big Brother Brasil da Rede Globo, por exemplo, versão pretensamente sofisticada de uma programação igualmente danosa. Se num caso faz-se a apologia da violência, no outro, faz-se a apologia da vulgaridade. Movidos por números (e não por idéias), os veículos de televisão comercial são presas de uma equação perversa que combina quantidade de audiência “desqualificada” com pulverização de espaços comerciais baratos ao longo da programação. Os custos de mídia em televisão, notadamente fora do eixo Rio-São Paulo, vêm caindo expressivamente ao longo dos anos por isso mesmo: estão valendo cada vez menos. Trata-se, sem dúvida, de uma estratégia suicida. A reversão dessa tendência depende, definitivamente, de uma ação simultânea em três frentes: a intervenção do governo no controle das programações; o amadurecimento dos critérios dos anunciantes e o aperfeiçoamento educacional das populações. Mas a realidade é que nada disso está acontecendo. As ações do governo, sempre tímidas e previamente culpadas, esbarram no corporativismo esperto da mídia. Os anunciantes, por sua parte, preferem, malandramente, aproveitar o momento para pagar menos. E a educação das populações ainda está muito longe de competir com a força da televisão. O único sinal positivo que nós temos é o fato estar sendo tratado, aqui e ali, como ocorre agora na Paraíba. Isso é bom, embora, como sempre, por aqui as coisas sempre carreguem um certo ranço político. Uma observação superficial já identifica, com certa facilidade, de um lado a Rede Paraíba, o governo Cássio Cunha Lima e o cardeal-arcebispo Dom Aldo Pagotto, tradicionalmente afinados. E de outro, o Sistema Correio, o grupo político do senador José Maranhão e a Igreja Universal. Não por acaso, aliás, Roberto Cavalcanti, proprietário do Sistema Correio, prestigiou a inauguração do templo da Universal em João Pessoa, na mesma semana em que Pagotto tecia críticas severas às práticas da igreja do bispo Macedo.

Mau começo

O vereador Severino Paiva tinha tudo para se tornar um político paraibano, digamos, “competitivo”. No entanto, já no primeiro mandato, empolgou-se com a súbita notoriedade, encantou-se com os assédios políticos de “gente importante”, acreditou no próprio discurso e acabou tropeçando nas pernas e perdendo boas oportunidades de resguardar-se. Ao entrevistá-lo para “O Moído da Semana”, ainda no Jornal da Paraíba, cheguei a acreditar que conseguiria sustentar uma posição independente e respeitável no campo loteado e minado da política. Engano. Agora, o professor Paiva tenta virar o jogo, levando tudo a ferro e fogo, como um Jorge Bornhausen tabajara. Tudo indica, vai acabar como o senador catarinense: falando sozinho e jogando a toalha.

Triste fim

Outra que se perdeu no meio do caminho foi Nadja Palitot. Rara representante feminina na política paraibana, por conta de seus destemperos, acabou por perder o rumo político e a definição ideológica. Se um dia iniciou um mandato à serviço do melhor interesse dos paraibanos, hoje está à mercê de quem lhe dê (ou deu) a mão. Uma pena. Movida por ressentimentos incompatíveis com suas responsabilidades, compromete-se e compromete a construção de uma Paraíba melhor. Uma boa reflexão ainda pode salvá-la.

De "pedês" a "democratas"


Eu não sei quem está "dirigindo a criação" do ex-PFL. Mas é incrível a vocação do partido para invencionices que soam ridículas. A mudança de nome já virou folclore. Primeiro, tiraram do armário o tal de PD (ou pedê), que já tinha sido motivo de piada, quando a ARENA (partido de apoio à ditadura militar) tentou adotar a nova sigla. Na ocasião, "O Pasquim", semanário de humor e crítica política, lembrou que "pedê", na França, era o tratamento adotado aos homossexuais (ou pederastas). Por isso os, então, situacionistas, acrescentaram o S e o partido virou PDS (depois, PFL). Parece que alguém lembrou da história, agora, e o "pedê" foi abandonado outra vez. E nasceu o tal "Democratas". Imediatamente, lembrei dos "Malandros do Morro", recorrentemente citados pelo jornalista Walter Santos, como escola de samba do bairro da Torre, em João Pessoa. Vocês não acham também que "democratas" tem um quê de "malandros do morro", de escola de samba, de salão de gafieira?

Raciocínio criativo


Duas novidades sobre “Raciocínio criativo na publicidade”, livro que lancei em 1999 e que está na quinta edição: primeira, a editora não é mais a Loyola mas a Martins Fontes (portanto, não estranhem a nova capa); segunda, o livro ganhou uma nova edição em Cuba, onde já é adotado desde 2001.

Moendo no norte

Lançado em Teresina e São Luís, por iniciativa de admiradores, “O Moído de 2002 – Bastidores da campanha eleitoral que rachou a Paraíba”, de autoria desse amigo de vocês, vem recebendo grande aceitação, com direito, inclusive, à sessão de autógrafos. Há quem conte que o livro virou “cult” entre os interessados em marketing político e candidatos de olho em 2008.

Régua e compasso

Estudantes de publicidade de Salvador organizaram e viabilizaram mais um curso de criação ministrado por esse amigo de vocês na Bahia. Vai ocorrer no final de semana (31 de março e 01 de abril). As inscrições já estão encerradas e, diante da grande procura, estão programando o próximo. A organizadora é a competente Talita Magalhães.

Noção da gravidade


A insistência do discurso do senador José Maranhão de que Cássio Cunha Lima será cassado e ele assumirá o governo é reveladora de que tem plena consciência do significado político da sua derrota em 2006. Ou seja, Maranhão sabe que perdeu uma eleição imperdível sob todos os aspectos. Assumir a derrota significaria admitir uma fragilidade eleitoral impensável até a apuração das urnas. A estratégia, portanto, é consagrar o conceito de que, em 2006, “aconteceu o impossível de acontecer; portanto, não aconteceu”.

Isso é que é prioridade

Enquanto a Paraíba clama por gestos de grandeza de suas bancadas federais, no sentido de juntar forças pelo bem do Estado, o senador Cícero Lucena ocupa-se em lutar pela preservação do sigilo da identidade dos ganhadores de prêmios em loterias. Realmente, com uma representação dessas, vamos continuar no rabo da gata, como se diz por aqui.

14 de mar. de 2007

Seção Colírio

A moça bonita da foto é Pryscila Gashi, gaúcha, descendente de albaneses, que viveu em Florianópolis, Vitória e, hoje, está estabelecida em São Paulo com sua agência de publicidade. Determinada e aguerrida, em apenas dois anos, já conquistou seu espaço no mercado mais competitivo do País.

12 de mar. de 2007

Porque Ricardo tem razão.











João Pessoa (Brasil)














Lagos (Nigéria)



Não é necessário fazer doutorado em urbanismo para entender as profundas intervenções que, muitas vezes, uma cidade necessita para garantir um futuro digno e civilizado para sua população. Basta ampliar o seu raio de pesquisa para um pouco além da informação oferecida pela aldeia e observar o que ocorreu, ao longo da História, com boa parte das aglomerações humanas. Aliás, feliz do povo que tem no comando da administração da sua cidade alguém que estudou e continua estudando os temas de interesse para o cumprimento eficiente das suas obrigações. Ricardo Coutinho é um caso típico. Talvez um dos prefeitos mais intelectualmente preparados no exercício do cargo hoje no Brasil. (Não creio que Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, por exemplo, tenha a cultura e a educação para a condução de seu mandato que possui Ricardo.) Quem acompanha as gestões administrativas municipais mais avançadas do mundo, percebe que Ricardo Coutinho está alinhado com a contemporaneidade e faz da sua gestão compromisso, inclusive, com a salvaguarda da qualidade de vida do planeta. Sua eleição, em 2004, em primeiro turno, foi reveladora de que o povo é sempre mais sábio do que se imagina. E que o tempo, as expectativas e as frustrações não passam em vão. Forjam, na verdade, convicções, pelo menos, a respeito daquilo que não se quer mais. Quem se deu ao trabalho de queimar alguns neurônios na leitura de simples revistas - nada de compêndios acadêmicos - como a Forum (edição 47, de fevereiro de 2007) ou a Piauí (edição de fevereiro de 2007) encontrou reportagens muito interessantes sobre as conseqüências da incompetência, da negligência e da corrupção na administração pública. Em amplas reportagens, as revistas retratam o caos em que converteram cidades como Lagos, na Nigéria, "um aglomerado de 15 milhões de pessoas onde o lixo é a mercadoria que mais circula e milhares de catadores, camelôs e favelados vivem de restos". E estamos falando de um país assentado sobre poços de petróleo e minas de diamante. Este e outros exemplos africanos denunciam as conseqüências de administrações focadas, exclusivamente, no saque das riquezas e no desvio do dinheiro público, totalmente desinteressadas em imprimir as ações vigorosas, muitas vezes impopulares, necessárias para evitar o caos urbano e a contaminação dos recursos naturais. João Pessoa não tem 15 milhões de habitantes. É uma cidade pequena, de menos de 700.000 habitantes. Portanto, está em plenas condições de evitar uma tragédia urbana como a que se abate em cidades, como Lagos, Jacarta, Nairóbi, Manila e, porque não dizer, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A degradação ambiental alcançou tamanha dimensão em regiões, como Soweto, na África do Sul, que a água não podia mais ser consumida, sob pena de contaminar a população inteira. Como não havia tecnologia nacional para a recuperação dos mananciais, o serviço de água foi privatizado e entregue a uma empresa francesa. Resultado: hoje, os sul-africanos recebem água em suas casas pelo sistema pré-pago. Como descreve a matéria da "Forum", "quando os créditos terminam, o fornecimento é interrompido." Em Lagos, no Mercado Central, construção decadente e afundada num lodaçal, centenas de crianças sobrevivem de lavar os pés das pessoas à saída. Por que as coisas chegam nesse estado calamitoso? Fatalidade? Não, trata-se apenas daquilo de que já se falou aqui: incompetência, negligência e corrupção. Ricardo Coutinho foi duramente criticado e sofreu não poucas tentativas de boicote à execução de medidas fundamentais para evitar um futuro igualmente caótico para João Pessoa. Dois exemplos são bastante emblemáticos: a remoção dos chamados "fiteiros", que ocupavam ruas e calçadas, sem nenhum outro critério senão a conveniência para seus negócios e a reforma do antigo Mercado Central, sujo, decadente, contaminado e utilizado para as práticas mais ilícitas, mas até, então, mantido intocado por irresponsabilidade e covardia de gestores municipais anteriores. Compreende-se que esses tipos de intervenções costumem enfrentar uma resistência natural dos prejudicados, gente que forjou uma mentalidade derrotista e conformada com as circunstâncias. O condenável, sob todos os aspectos, é o oportunismo barato de certos politiqueiros sem ideologia nem discurso e que se valem dos dramas pessoais alheios para criar em torno de si uma aura de defensores dos desfavorecidos. Esses serão vencidos pela História. A verdade é que Ricardo Coutinho, por circunstâncias históricas, recebeu uma missão e a está cumprindo, na esteira de uma vocação empreendedora e ética, própria de uma parcela renovada de administradores do mundo inteiro. Não é diferente quando o prefeito de João Pessoa assume que cabe a ele a árdua tarefa de substituir funcionários públicos nomeados politicamente por funcionários públicos nomeados por concurso. É outra intervenção política profunda focada na consagração de uma efetiva democracia. É doloroso para quem perde, individualmente, mas conveniente para o interesse coletivo. No fundo, a população intui que Ricardo Coutinho faz o que tem que ser feito e, provavelmente, por isso, seus índices de aprovação se mantém altos. Não por acaso o grande embate eleitoral de João Pessoa, com vistas a 2008, não se dá na escolha de seu adversário, mas, apropriadamente, na escolha de seu vice.


1 comentários:

Anônimo disse...

Estou impressionado. Descobri seu blog há pouco e já me deparo com um texto maravilhoso como esse, em todos os sentidos. Pq não consta de um editorial de jornal, ou de uma coluna, para maior alcance? Parabéns mesmo.

Genival, o poderoso


Genival Ribeiro, presidente do capítulo paraibano da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, terminou fevereiro e começou março de bem com a vida. Em fevereiro, por conta do estrondoso sucesso do seminário Comunicar & Crescer que, na segunda edição, em João Pessoa, teve um de seus maiores públicos. E em março, mais precisamente, no dia 2, Genival ganhou expressiva notoriedade nacional entre seus pares, ao liderar, em reunião nacional da ABAP, no Hotel Marriott, no Rio de Janeiro, movimento pela permanência de Dalton Pastore na presidência da entidade. Tomando o microfone, quando menos se esperava, fez contundente discurso em defesa do atual presidente, pela serenidade e o senso ético com que este conduziu a ABAP nos mares revoltos do mensalão. Foi aplaudido de pé. Dalton Pastore deve atender ao apelo.

A grandeza de Júlio



Júlio Rafael, superintendente do SEBRAE da Paraíba, não teria nenhuma razão para nutrir particular simpatia por mim. Estivemos em lados opostos nas campanhas políticas de 2002 (eu com Maranhão e ele com Cássio) e de 2004 (eu com Avenzoar e ele com Ruy). E mais: em notas ácidas, por diversas vezes, fui um crítico ferrenho de suas posições. É verdade que Júlio também andou me dando umas bordoadas numa crítica a "O Moído de 2002", em sua antiga coluna no portal wscom (digo antiga porque faz tempo que ele não renova). Nem tudo isso, no entanto, diminuiu a presteza e a boa vontade de Júlio Rafael, primeiro em me conceder uma entrevista exclusiva para "O Moído da Semana" (na ocasião, ainda no Jornal da Paraíba) e, depois, em colaborar determinantemente para o sucesso do "Comunicar & Crescer". É isso que justifica alguns permanecerem cotados, enquanto outros amargam o ostracismo.