24 de ago. de 2007

A Paraíba de hoje vive sob a égide malvada do egoísmo.

Salomão Gadelha

Todas as virtudes foram perdidas por quem jamais poderia deixar de tê-las. E o foram em nome tão somente do egoísmo; do desejo desmedido de ter o poder apenas pelo poder, sem aferição de métodos, sem respeito aos princípios democráticos, com desprezo ao senso crítico das pessoas,
e seguindo rigoroso e desenfreado processo de intimidação. "Está com medo? Não, estou com Pedro"! Bradou a Paraíba insubmissa de 1960. E agora vai se curvar ao medo? Medo de quem? Dos medíocres? Dos fracos? Dos pobres de espírito? Dos pusilânimes? Dos que buscam desmoralizar e subjugar instituições antes admiradas e respeitáveis? Óbvio que não. A coragem vai continuar predominando, enquanto o mal vai se dissipando, se esgarçando, se destruindo em suas próprias mazelas. A coragem vai vencendo, porque é a vontade de Deus.Quando ao homem foi atribuído o livre-arbítrio, por certo que o Criador ficou torcendo para que criatura seguisse o caminho do bem, da coragem; e renegasse a tortuosa vereda da maldade e da covardia. Se bem observarmos, toda pessoa má é covarde; e toda pessoa covarde é má. O que se deseja e se pede com ardorosa fé e fundada esperança é que a tempestade do egoísmo passe logo; vindo, em seguida, a bonança da solidariedade, do amor, do zelo para com o povo, do entusiasmo, da confiança e da determinação de fazer a Paraíba romper a barreira da estagnação, superar todos os obstáculos e tornar-se um estado federado rico de espírito e de progresso e prosperidade material, e que tenha de volta o respeito da nacionalidade. Afinal, a Paraíba de Vidal de Negreiros, Napoleão Laureano, Augusto dos Anjos, Ariano Suassuna, Argemiro de Figueiredo, Ruy Carneiro, Humberto Lucena, Samuel Duarte, Oswaldo Trigueiro, Ernani Sátyro, João Agripino, Flávio Ribeiro Coutinho, Abelardo Jurema, Assis Chateaubriand, Mário Moacir Porto, Flósculo da Nóbrega, José Fernandes de Lima, Osmar de Aquino, Epitácio Pessoa; a Paraíba dos Zés (Lins do Rego e Américo de Almeida) não combina em nada com a Paraíba de hoje.

21 de ago. de 2007

Greve justa ou chantagem assassina?

O que eu devo pensar de um médico que cruza os braços consciente de que seu gesto pode levar pessoas à morte? É um profissional que ultrapassou seu limite de tolerância com o desrespeito por seus direitos? Ou será um sujeito suficientemente frio e insensível para calcular a força da sua atitude como pressão para ver atendida suas reivindicações? Seja como for, me parece absurdo que alguém que detenha conhecimento científico suficiente para salvar uma vida deixe de fazê-lo por vontade própria. Não me parece que abandonar as pessoas às suas chagas, dores, prantos, infecções e riscos de vida seja uma política reinvidicatória própria a um profissional da saúde. Creio que não se trata apenas de indisciplina funcional merecedora de punição burocrática; o caso aqui é de desabilitação ao exercício da medicina por indignidade. Aquele que deixa morrer podendo salvar não é menos assassino do que aquele que mata.

20 de ago. de 2007

Um paraibano confiável


No mundinho de gente dissimulada, ardilosa e perversa que caracteriza a política paraibana havia um sujeito que destoava, que impressionava pela cultura, pela correção e pelo caráter: Gervásio Maia. Não por acaso brilhou profissionalmente por onde andou, nos centros mais desenvolvidos do Brasil. Mas fumava, fumava como jamais vi alguém fumar. Uma pena que não tenha tido pela própria saúde o mesmo amor que dedicou ao trabalho. Vai fazer falta, muita falta.