30 de nov. de 2007

Artistas e arteiros


Foi com grande alegria que este amigo de vocês aceitou o convite do ilustre paraibano José Neumanne Pinto para a abertura da exposição "Artistas e arteiros" na Galeria Estação, quinta-feira passada, em São Paulo. A mostra reúne brinquedos de diversas épocas, criados por artistas de todo o Brasil. Entusiasta da arte popular, Neumanne escreveu em material de divulgação da exposição: "brincar, desde sempre, foi, é, a arte de tirar aventuras e prazeres do escasso, às vezes do nada; é o exercício de animar, não no sentido estreito de alegrar, mas, sim, no mais amplo, o de dar anima - alma, em latim - a objetos inanimados". Mesmo com viagem marcada para Maceió na mesma noite, fiz questão de passar por lá e ainda presentear o grande jornalista com um exemplar d'O Moído de 2002.

29 de nov. de 2007

Empresários do Recife prestigiam Comunicar e Crescer



A terceira edição do seminário Comunicar e Crescer, promovido pela Associação Brasileira das Agências de Publicidade, realizado no Recife, dia 21 de novembro, reuniu 226 pequenos e médios empreendedores na sede do Sebrae. Escolhida para receber a primeira apresentação da nova versão do evento no nordeste, a cidade correspondeu. Foram quase duas horas de exposição e mais uma de perguntas da platéia, o que reflete o alto nível de interesse despertado. Através da participação do público, foi possível identificar a presença de empreendedores de diversos ramos de atividade, revelando que marketing e publicidade vêm ganhando relevância na gestão de todos os negócios. O C&C cresce cada vez mais em Pernambuco, que além do Recife, neste ano, recebeu o seminário em Petrolina e Caruaru.

28 de nov. de 2007

Um paraibano do tamanho do mundo

Nunca fui um sujeito de grandes ambições, pelo menos no sentido de grandeza a que se convencionou avaliar as ambições. Não invejo os ricos, os famosos nem os poderosos. Mas, confesso, invejo os sonhadores e os pioneiros. Muitos deles sequer lembrados à altura de seu significado nos maiores centros, de onde são irradiadas as informações consideradas relevantes e que costumam construir prestígio. Uma dessas personalidades é Genival Ribeiro, publicitário paraibano falecido na madrugada da última terça-feira, 27 de novembro. Era um guerreiro. Não obstante ter nascido e vivido toda a sua vida na Paraíba, jamais deixou-se guiar em seu planos pelo fato de trabalhar num estado pequeno e de pouco significado econômico e mercadológico. Sempre pensou grande e não intimidou-se em aproximar-se das maiores expressões da nossa atividade e propor, de igual para igual, diversas oportunidades de negócios. Genival tinha consciência das limitações profissionais da sua terra e acreditava que apenas através de um intercâmbio profissional sério a Paraíba teria chance de desenvolver sua publicidade. E assim fez. Criou, em João Pessoa, a GR, primeira agência de publicidade da Paraíba. Ofereceu a seus clientes um padrão de serviços impensável à época não apenas na Paraíba mas em muitos outros estados brasileiros. Para isso, recorreu a criativos e produtores dos mercados mais desenvolvidos, forçando na região o desenvolvimento de critérios de qualidade respeitáveis. Fez mais: “inventou” a Paraíba aos olhos do negócio da propaganda no Brasil, ao trabalhar insistentemente na criação de um capítulo paraibano da Associação Brasileira das Agências de Publicidade. Convenceu seus raros colegas do ramo a superarem a timidez e associarem-se à entidade. Com persistência incomum, conseguiu dobrar a resistência provinciana de alguns, e angariou associados suficientes para fundar a ABAP-PB, a qual presidiu até recentemente. Nas reuniões nacionais era figura sempre festejada. Elegante, amigo e permanente entusiasta das coisas da Paraíba, motivou muitos de seus companheiros de outros estados a conhecerem sua terra. Genival Ribeiro era um dos amigos de verdade que eu tinha. Nosso relacionamento tinha quase quinze anos. Conheci diversos episódios da sua vida. Uma curiosidade: a agência de Genival foi vítima de uma espécie de “globalização nacional”, ao perder sua maior conta – Supermercados Boa Esperança –, comprado pelo Pão de Açúcar. Fenômeno que grandes agências de São Paulo conhecem muito bem. Trabalhamos em diversos projetos, em que uníamos o espírito idealista de ambos. Posso dizer, sem medo de errar, que foi graças a Genival Ribeiro que a Paraíba passou a significar alguma coisa na minha vida, além de uma pequena manifestação geográfica entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco. Hoje, é o estado onde, junto com São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, tenho laços afetivos mais profundos. Prova disso é a quantidade de amigos e desafetos sinceros que consegui forjar por lá. Era agradável e proveitoso conversar com Genival. Ele tinha uma paciência infinita comigo, que sempre fui polêmico, impulsivo e, muita vezes, inconseqüente. Nessas horas de surto, o amigo Genival me deixava falando sozinho, gastando energia e ficava só olhando. Depois, numa única frase transformava tudo em força positiva e construtiva. Mas gosto de lembrar também que fiz Genival dar muita risada, divertir-se verdadeiramente com algumas manifestações da minha maluquice. Numa terra minada de ardis políticos, como a Paraíba, é muito difícil ver alguém relaxado. Por isso, era bom perceber que, pelo menos comigo, o paraibano Genival não sentia necessidade de fugir das suas melhores características por nenhum motivo justificado. Através dele, conheci as expressões políticas paraibanas mais importantes. Fiz novos amigos valiosos e ganhei adversários autênticos, como sempre ocorre em qualquer lugar em que criamos algum tipo de raiz. Devo a Genival Ribeiro incontáveis alegrias que a Paraíba me deu. Devo também a ele uma extraordinária lição de vida: nossos limites estarão sempre dentro de nós, nunca fora. Motivado por uma inquebrantável auto-confiança, Genival Ribeiro foi longe, muito longe. Viveu com intensidade, realizou desejos e conseguiu a façanha de passar pela vida credor de si mesmo.

27 de nov. de 2007

Morre Genival Ribeiro e ABAP-PB fica devendo homenagem


A nova diretoria da ABAP-PB, que tanto empenhou-se em eleger-se e que, da eleição até hoje, ainda não disse a que veio, poderia ter feito uma única coisa útil, em contraste com a mediocridade de seu mandato: homenagear, em vida, o pioneiro da publicidade paraibana, Genival Ribeiro. Mas não teve sensibilidade para isso. Lamentável. Menos mal que Genival conquistou suficientes amigos por esse Brasil inteiro e que, certamente, a partir de hoje lhe estarão prestando todas as glórias devidas a guerreiros como ele. A ABAP nacional e todos os demais capítulos se voltarão à memória desse companheiro que jamais mediu esforços para dar à pequena Paraíba um significado maior. Tanto temos consciência de seu imenso valor que insistementemente lembramos a seus sucessores no capítulo paraibano da ABAP a obrigação de prestar a Genival Ribeiro uma justa homenagem por ocasião da posse da nova diretoria. Manifestações de civilidade como essa, porém, parecem não fazer parte das práticas dessa gente. Será que é isso, enfim, o que a Paraíba merece?