10 de mar. de 2007

Briga de garnisés

Tanto Iraê Lucena como Benjamim Maranhão são políticos de vôo curto. A deputada, embora herdeira de um dos sobrenomes políticos mais cultuados na Paraíba, não conseguiu superar o "peso" da responsabilidade e gravita, faz tempo, em torno de um mandato de deputada estadual. Com Benjamim ocorre um pouco pior. Ainda que tenha chegado à Brasília, carregado nas costas pelo tio, José Maranhão, acabou tropeçando nas pernas e arrastou o próprio patrocinador para baixo. Agora, ambos - Iraê e Benjamim - disputam a primazia pela presidência do PMDB da Paraíba. Acho que a disputa está no nível do que o partido se transformou. O fato é que, além de Maranhão, só consigo enxergar em Gervásio Maia, um nome com suficiente grandeza para representar o que o partido foi um dia.

Para ler e moer

"Políticos. Com este apelativo se designa uma raça refinadíssima de doutores, tão desconhecidos de vós, que os direis monstros. Monstros não são na verdade, mas na grandiosidade incomparável da audácia, da sapiéncia, da honestidade e da moral, embora algo com os homens se parecam, muito pouco tem de humanos" (Mário de Andrade, em "Macunaíma", Editora Villa Rica). Colaboração do leitor Leandro Bráulio, de Campina Grande.

A foto do ano


Foto de Apu Gomes - Folha Imagem - FSP de 10/3/2007

20 de fev. de 2007

Quarta-feira de brasas














2002 - Nova Consciência 2007 - Consciência nova



Walter Santos amarga um mau pedaço depois de ter “denunciado” em seu portal – wscom - que o governador Cássio Cunha Lima deixou para trás a Paraíba natal para pular carnaval no Recife. Amigos, correligionários, além dos puxa-sacos de praxe, resolveram cair matando sobre o jornalista, indignados com a insinuação de que Cássio desprezou o carnaval da sua terra. Walter lembrou, em matéria e artigo sobre o assunto, que o governador não só deu as costas à Paraíba durante os dias de folia, como também negou qualquer contribuição financeira do Estado para a festa. Walter Santos costuma ser um sujeito controlado, pois aprendeu a encarar a vida com uma boa dose de frieza depois de moer tantos anos na confirmação de seus negócios. A exceção, no entanto, é quando pressente que estão prejudicando um dos grandes amores da sua vida, aquilo que ele insiste em chamar de “carnaval paraibano”, espécie de fuzarca popular à moda antiga, que remete aos folguedos do Brasil colonial. Desorganizado, pobre mas, enfim, seja lá o que isso signifique para o caso, “espontâneo”.
Que Cássio Cunha Lima ia desfilar no Recife numa espécie de bloco de governadores bonitões já se sabia há semanas até na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Portanto, não há nenhuma novidade no fato. A relevância que o portal wscom deu ao assunto é produto do idealismo incansável de Walter Santos na defesa do tal carnaval paraibano. Na semana anterior ao episódio, ele me contava emocionado o que estaria colocando em prática, por conta e risco da sua empresa: uma espécie de alvorada carnavalesca em frente à sede do portal, com direito a café da manhã para os vizinhos e foliões. Estava envolvido até a medula na organização do evento. Nos anos em que militei na Paraíba fui testemunha do orgulho com que o jornalista mostrava seus feitos em prol do que ele defende como uma das maiores expressões da cultura nativa. Acredito que só pelo que fez, ao longo da vida, em prol das manifestações culturais do Estado, esse paraibano já deveria ter ocupado um cargo público do ramo. Há que se compreender portanto que, ao assistir as cenas de um animado Cássio Cunha Lima pulando frevo no Recife, Walter Santos se tenha deixado envolver por um sentimento de injustiça. E mandado às favas o compromisso jornalístico com o “news” e revolvido como “escândalo” um fato anunciado com boa antecedência. A reação indignada da turma de Cássio é sintomática do potencial de estrago que sua decisão de trocar João Pessoa pelo Recife carregava naturalmente. Não bastasse, o governador já vinha vulnerável por conta de aumentar o próprio salário em 75% na semana anterior, apostando, quem sabe, que o assunto se dissolveria em cerveja e desapareceria entre confetes logo em seguida. Por outro lado, Cássio parece ter agido confiando em cálculos que apontavam uma certa razoabilidade nas decisões, considerando-se que ainda estamos longe de 2010 e que, considerando-se a parca memória do eleitor, até lá tudo isso serão águas passadas ou “roladas” para ficar no clima carnavalesco.
Algo me diz que temos que entender e aceitar que Cássio Cunha Lima não é Ronaldo Cunha Lima, não e Wilson Braga, não é Tarcísio Burity, não é José Maranhão... Nenhum desses, nem em sonho, ousaria desfrutar de uma festa que ocorre, praticamente, em cada município brasileiro, numa terra que não fosse a sua e a de seus eleitores. É premissa do político profissional compartilhar com seu povo a alegria e a dor, ir ao enterro e ao batizado; abrir as festas e estar à frente das mobilizações populares. A questão é que o jovem governador paraibano pertence a uma geração globalizada, pouco afeita a sentimentalismos regionalistas. Por pior que isso possa parecer, tem seu lado bom. Sem sair do tema carnaval, basta olhar para a Bahia para entender que aceitar que as coisas mudam pode trazer benefícios tremendos para toda a sociedade. Os baianos faz tempo abandonaram as “tradições” e inventaram um carnaval alinhado com a demanda internacional plugada na contemporaneidade cultural. Pernambuco, por sua vez, investiu pesado na “modernização” das suas tradições. Mas seu carnaval não se tornou importante por causa disso, ele sempre foi importante, por ter marcas fortes, como o frevo, o maracatu... Já a Paraíba me dá a impressão de que faz um carnaval cada vez mais para dentro. Acho importante preservar tradições. Nós, gaúchos, aliás, fazemos isso muito bem: não há cidade no Brasil onde não haja um CTG, Centro de Tradições Gaúchas. O de João Pessoa, aliás, é ativíssimo. Mas é preciso que as tradições tenham mais do que um significado histórico a ser preservado, sob pena de virar peça de museu. É preciso que tenham apelo mercadológico para gerar os recursos que as transformem num bom negócio para todos. Paga-se uma boa nota por um abadá para pular o carnaval em Salvador. Pagam-se milhares de reais pelas passagens e hospedagens para dançar o frevo no Recife. Ou seja, percebe-se valor no apelo dessas marcas regionais. Não se pode dizer a mesma coisa de “Cafuçú”, “Muriçocas” ou “Virgens de Tambaú”, por exemplo, iniciativas pontuais de João Pessoa, com um significado e abrangência de raio curto. As causas podem ser muitas, começando pela própria inexpressão da cultura paraibana, sempre vitimada por uma acirrada disputa de poder na sua representatividade e por uma ortodoxia arrogante e inútil. A Paraíba precisa decidir o que quer da vida. Se quer continuar sendo a “pequenina”, a ser cultuada em prosa e verso por gente frustrada e ressentida do sucesso alheio, ou uma “grande Paraíba”, determinada a disputar mercado, profissionalmente. Foliões dispostos a “consumir” carnaval onde achar que vale à pena o Brasil já mostrou que tem. Portanto, ou a Paraíba entra no jogo ou nem mesmo o governador e o prefeito vão se animar a brincar por aqui.

Eu quero o meu

Deve ser constrangedor para um petista sério assistir à disputa por boquinhas federais empreendida por seus correligionários. Principalmente aqueles que foram vetados pelos eleitores em 2006, como Adalberto Fulgêncio e Frei Anastácio, atiram-se de corpo e alma no processo de ajeitar para si e para os seus alguma vaga num órgão público da esfera de Brasília. Fora do governo do Estado e mantidos à distancia segura por Ricardo Coutinho só resta mesmo aos petistas paraibanos entregar a alma a Lula e esperar.

Educação ameaçada

Por falar em nomeações, o presidente Lula está numa sinuca de amargar. Hoje, conduzidos por técnicos, seus ministérios funcionam mil vezes melhor do que antes, quando estavam nas mãos de políticos. É o caso, por exemplo, do Ministério da Educação, que tem funcionado redondinho sob o comando de Fernando Haddad. Quem me dá o testemunho é um membro do alto escalão da Secretaria da Educação do governo tucano do Rio Grande do Sul. Só que o PT não se conforma em não ver acomodados na máquina pública alguns “despedidos” pelo eleitor, como Marta Suplicy, por exemplo. Querem colocar Marta no lugar de Haddad. Ninguém merece.

Comunicando e crescendo

Os seminários Comunicar & Crescer, promovidos pela Abap, começaram 2007 com força total. Os eventos realizados em Curitiba (foto), Jundiaí e Itapetininga, em fevereiro, reuniram mais de 1.000 pequenos e médios empreendedores. Agora chegou a vez da Paraíba: no dia 27, o C&C acontece em Campina Grande, e no dia 28, em João Pessoa. Com o apoio determinante do Sebrae.

Vivendo e aprendendo

Quando lancei “O Moído de 2002”, em João Pessoa, em março de 2006, procurei atender da melhor maneira possível a todos os jornalistas que me procuraram, sem me preocupar com a audiência ou o prestígio de cada um. Não deixei ninguém de fora e, se deixei, não foi por má vontade. Para vocês terem uma idéia, fui até no programa de variedades da “promoteur” paraibana Ingrid Bakke, na TV O Norte. Fiquei sabendo, depois, que muita gente fez piada com essa minha aparição exótica. Nem esse sacrifício, no entanto, me poupou de ser desancado pela moça num artigo sobre “O Moído de 2002”. A boa surpresa foi ela ter lido!

Quem procura, acha

O artigo de Ingrid Bakke existe e eu posso provar. Não é um caminho fácil, mas com um pouco de boa vontade você chega lá. Acesse primeiro o site www.clickpb.com.br Depois, vá na coluna Bobflash. Em seguida, procure Astrid Bakke. Ao abrir a coluna da Astrid, procure a palavra “publicidade”. Clique em cima e o texto vai abrir. Ele é datado de 29 de março de 2006. Não sei se é a data em que foi publicado ou apenas a data em que Ingrid Bakke começou a escrevê-lo.

Gaúcho macho

O pastor evangélico do Rio Grande do Sul, Gilson Deferrari, disse no Encontro para a Consciência Cristã, em Campina Grande, que o homossexualismo é condenado por Deus. E explicou: se Deus quisesse unir pessoas do mesmo sexo não teria projetado um casal, como fez com Adão e Eva. Ave Maria! Faltou explicar por que, então, as igrejas estão coalhadas de homossexuais. Erro de projeto?